Citricultura vira realidade em Mato Grosso do Sul com gigantes do setor iniciando a produção de laranjas
Com foco na geração de empregos e no desenvolvimento regional, a citricultura está em expansão no Mato Grosso do Sul com 30 mil hectares já captados. Nesta segunda-feira (11) o Grupo Cutrale, gigante mundial do setor de de laranja, apresentou ao governador Eduardo Riedel, equipe de secretários e lideranças industriais, a primeira fase da sua produção em Sidrolândia, que já está em pleno vapor. O projeto prevê plantio de quase 5 mil hectares (laranja).
O encontro ocorreu na Fazenda Aracoara, situada entre Sidrolândia e Campo Grande (BR-060). Além de conhecer o projeto, o governador também visitou a área experimental de 120 hectares que já está em plena produção de laranja. Ao todo serão investidos R$ 500 milhões pelo grupo empresarial. Participaram da visita o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o vice-presidente da Fiems, Crosara Jr, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável Rogério Beretta, e a coordenadora de citricultura Karla de Nadai.
“Estamos aqui na fazenda da Cutrale onde estão sendo plantadas os pomares de laranja, que vão chegar a quase 5 mil hectares. Um projeto audacioso, que alavanca uma nova atividade aqui no Mato Grosso do Sul. Na sequência disto certamente vamos avançar para industrialização no setor”, afirmou o governador.
Riedel destacou que esta cadeia produtiva vai gerar empregos e renda às pessoas. “Podemos acompanhar hoje aqui o plantio e ver tantas pessoas capacitadas e treinadas para trabalhar neste plantio. Estamos com uma nova divisa de prosperidade em Mato Grosso do Sul. Ficamos felizes com a confiança dos produtores em investir aqui. Hoje já vamos para quase 30 mil hectares de laranja plantados no Estado”.
O Grupo (Cutrale) estava produzindo de forma experimental há cinco anos em uma área de 120 hectares. Neste momento já foi executado 25% do projeto, gerando atualmente 200 empregos. Quando iniciar a nova fase vai chegar a 570 (empregos).
A expectativa é que em abril de 2026 a fazenda tenha 4,8 mil hectares plantados. Quando o pomar atingir 8 anos tem estimativa de produção de 8 milhões de caixas de laranja por ano. O investimento previsto é de R$ 500 milhões no projeto, podendo chegar a R$ 1 bilhão.
Nova cadeia produtiva
Além do Grupo Cutrale, outros produtores de laranja já anunciaram novos investimentos no Mato Grosso do Sul, entre eles o Agro Terena em Bataguassu, que vai plantar em 1,2 mil hectares, assim como o Grupo Junqueira Rodas, que começou em abril o projeto de citricultura em Paranaíba, com a intenção de plantar em 1.500 hectares.
Na semana passada foi a vez do Grupo Moreira Sales anunciar investimento de R$ 1,2 bilhão no Estado, iniciando o plantio de laranja ainda este ano na área que fica em Ribas do Rio Pardo, próximo ao município de Água Clara. A meta é colher 8 milhões de caixas da fruta, assim como gerar 1,2 mil empregos diretos e 2,4 mil indiretos.
Mato Grosso do Sul se tornou o novo “cinturão citrícola” do Brasil devido ao bom ambiente de negócios, condições fitossanitárias adequadas e uma legislação rígida de controle de doenças, principalmente contra a ameaça da “greening”, que afetou pomares de todo mundo, assim como do maior produtor nacional, o Estado de São Paulo.
O Governo do Mato Grosso do Sul faz a sua parte com investimentos robustos na área de infraestrutura e logística, para facilitar o escoamento da produção e melhorar os acessos em diferentes regiões. Também contribui com apoio e mediação no contato com órgãos estaduais, entre elas na questão energética.
O titular da Semadesc, Jaime Verruck, detalhou os passos que o Governo do Estado tem adotado para fortalecer a citricultura sul-mato-grossense.
“Definimos uma busca de empreendedores em âmbito nacional, definimos uma legislação sanitária rígida para ter uma citricultura saudável, e conseguimos, num curto espaço de tempo, captar mais de 30 mil hectares em vários municípios, como Sidrolândia, Campo Grande, Três Lagoas, Brasilândia, Paranaíba e Naviraí. O Brasil responde por 60% do mercado mundial de suco de laranja, e Mato Grosso do Sul passa a fazer parte dessa agenda”.
Na sua avaliação a citricultura já começa a se consolidar em Mato Grosso do Sul. “Uma grande alternativa de produção, de grandes investimentos e geração de empregos. Quando chegarmos a 50 mil hectares (plantados) será um processo natural a vinda de indústrias neste setor. Neste momento estamos conhecendo esta cultura, definindo uma capacitação técnica para que outros produtores também entrem nesta grande alternativa de produção”.
O processo de formação de lavouras deverá naturalmente atrair fábricas de processamento de suco, segundo reforça o vice-presidente da Fiems, Crosara Júnior. “Em alguns anos, temos perspectiva de ter novas indústrias no Estado. É natural que a Fiems acompanhe esse movimento, uma vez que a mão de obra será necessária, e é um novo modelo de negócio que diversifica a base de produção da nossa indústria”.
Texto – Leonardo Rocha, Comunicação do Governo de MS e informações da Fiems
Fotos: Álvaro Rezende e assessoria da Fiems