Camapuã-Figueirão

O COMBATE NA PONTE DO RIO JAURU.

NO DIA 26 DE OUTUBRO DE 1926, ÀS DEZ HORAS E TRINTA MINUTOS, HOUVE NESTE LOCAL UM VIOLENTO CONFRONTO ENTRE A COLUNA PRESTES E A FORÇA LEGALISTA. A COLUNA REGRESSAVA DA GRANDE MARCHA QUE ATRAVESSOU 13 ESTADOS E PERCORREU 25.OOO KM EM APENAS 26 MESES. DOS 1.500 HOMENS, RESTAVAM AGORA UNS 600 COMBATENTES, CANSADOS, ALGUNS FERIDOS, POUCAS ARMAS E MUNIÇÕES.
AO SE APROXIMAR DA PONTE DO RIO JAURU, FOI RECEBIDA À BALA PELA TROPA LEGALISTA DO GOVERNO, QUE ESTAVA MUITO BEM POSICIONADA E FORTEMENTE ARMADA.
DO OUTRO LADO DO RIO, FICAVA O FAMOSO GARIMPO DE DIAMANTES, CONHECIDO COMO “CORRUTELA DO JAURU”, QUE DURANTE MAIS DA METADE DO SÉCULO XX, ATRAIU AVENTUREIROS DE TODOS OS CANTOS DO BRASIL.
O COMBATE ENTRE OS LEGALISTAS E REVOLUCIONÁRIOS DA COLUNA, DUROU CINCO HORAS. OS LEGALISTAS SÓ LIBERARAM A PONTE E DEBANDARAM, QUANDO FORAM SURPRESOS COM A CORAGEM DOS COMBATENTES DA COLUNA, NO MOMENTO EM QUE DEZ VALOROSOS REVOLUCIONÁRIOS CARREGARAM OS FUZIS, COLOCARAM PENTES NOS DENTES E NADARAM O RIO PARA UM COMBATE CORPO A CORPO. ENTRE OS LEGALISTAS, ESTAVA MEU AVÔ, O ITALIANO JOSÉ GERALDINO, ALISTADO NA FORÇA LEGALISTA DA POLÍCIA MILITAR DE COXIM.
LIBERADA A PONTE, A COLUNA ATRAVESSOU COM SEGURANCA, QUEIMOU A PONTE E MARCHOU RUMO AO NORTE PARA EMIGRAR- SE NA BOLÍVIA.
DA INTRÉPIDA COLUNA, FORAM BALEADOS O TENENTE SOUZINHA, O SOLDADO JOSÉ GALDINO E SOFREU UMA BAIXA: O SOLDADO SEGISMUNDO MARTINS, MORTO HEROICAMENTE EM CUMPRIMENTO DO SEU DEVER.
.ALI, NA CABECEIRA DA PONTE, HOJE MUNICÍPIO DE FIGUEIRÃO, LONGE DE SEUS PAIS, AMIGOS E FAMILIARES, DESCANSA EM PAZ O CORPO DO SOLDADINHO GAÚCHO, JOVEM, DE CABELOS LONGOS E IMBERBE, AGUARDANDO O JUÍZO FINAL.
Professor Admar de Araújo. Arrancando defuntos das covas.

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