Por Osvaldo Sato
O hábito de olhar para o céu, buscando nele respostas para suas inquietudes, é milenar. É beleza, mas também é astrofísica, e já trouxe muitas respostas à humanidade: das fases da lua, dos movimentos dos planetas, a forma das constelações. Tudo isso é fonte não apenas de encanto, mas de muitos estudos que explicam nossa própria existência.
A esse estudo dos corpos celestes (planetas, estrelas, cometas, nebulosas, aglomerados de estrelas e galáxias) e fenômenos que se originam fora da atmosfera terrestre, deu-se o nome de astronomia. Esta ciência natural é celebrada com um dia comemorativo neste 8 de abril.
E como num alinhar de corpos celestes, o Dia Mundial da Astronomia acontece na mesma data em que um eclipse solar total será visível no Hemisfério Norte, neste que será o mais visto de toda a história. Infelizmente, na América do Sul o fenômeno não será visível.
Para marcar essa data, o Jornal Midiamax falou com a Coordenadora Geral da Casa de Ciência e Cultura de Campo Grande e Docente do Instituto de Física da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Isabela Porto Cavalcante.
A professora explicou que um dos projetos da Casa da Ciência é o Clube de Astronomia Carl Sagan, este coordenado pelo professor Hamilton Correa, que é a principal organização de estudos acadêmicos astronômicos de Mato Grosso do Sul.
“Ele é um projeto de extensão que é voltado para o ensino de astronomia, e voltado à divulgação da astronomia e o ensino de astronomia. É uma ação de popularização da ciência junto à população, junto a estudantes das escolas em geral”, contou a docente.
Ela explica que os melhores locais para observação astronômica são locais pouco ou nada iluminados. “Lugares afastados são os mais adequados, pois possuem menor iluminação, mas mesmo de Campo Grande, a gente consegue observar bem a Lua, os planetas mais próximos, nebulosas e outras”, disse.
Atividades do Clube
Além das atividades do clube, que são abertas à participação de todas as pessoas, a UFMS registra diversos trabalhos de conclusão de curso que tratam do tema, dissertações de mestrado e artigos publicados em revistas científicas.
“Mas, a atividade principal é o atendimento às escolas e eventualmente eventos públicos em praças, tivemos observação do eclipse no ano passado no Museu Dom Bosco, que foi bem interessante e com grande público”, destacou a coordenadora.
Nas escolas, o clube realiza dinâmicas que mostram, por exemplo, o tamanho relativo dos planetas, do tamanho da órbita da Lua e o tamanho dela em relação à Terra.
“Fazemos também grupos de estudos e realizamos várias edições do Cine Cosmos, onde a gente assistia a um filme e debatia sobre ele, finalizando com uma observação do céu com telescópio”, conta.
O Clube de Astronomia
Foi fundado em setembro de 2017 por alunos do curso de Física da UFMS. Sua missão era de popularizar a astronomia, de forma a sensibilizar o público para a perspectiva da ciência e dar novos significados ao conhecimento.
Foi batizado como “Clube de Astronomia Carl Sagan”, em homenagem ao astrônomo e biólogo Carl Edward Sagan (1934-1996), considerado um dos maiores divulgadores de Ciência e Astronomia do século XX e autor de importantes obras ligadas ao campo da divulgação científica.
A atuação do clube se dá por meio da promoção de observações do céu abertas e gratuitas na universidade e em escolas públicas, cursos básicos de astronomia, grupos de estudo, palestras e bate-papos sobre o tema. No campus da UFMS, são realizadas atividades abertas no espaço da Casa de Ciência e Cultura de Campo Grande e ao longo da Cidade Universitária.
A participação é gratuita e aberta para a comunidade em geral e independe de faixa etária ou formação escolar.
Eclipse solar de outubro de 2023 (Allice Rodrigues, Midiamax)