Por LEO RIBEIRO
Transição entre os meses mais chuvosos e secos do ano, abril começa nesta segunda-feira (1º) como um típico mês de outono sul-mato-grossense, com altas temperaturas, apesar da umidade também elevada e, inclusive, possibilidades de chuva para esse início de semana.
Entretanto, tudo aponta que essa tendência de maior umidade e presença de precipitações não deve se manter durante todo o mês, muito menos pelo trimestre que se aproxima, com o prognóstico de outono já adiantando que as chuvas devem ficar abaixo da média histórica em boa parte de Mato Grosso do Sul.
Como bem sinaliza tendência meteorológica analisada pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), os acumulados de chuva no início de abril devem variam entre 30-70mm, isso em toda a faixa que compreende do sul ao nordeste de Mato Grosso do Sul.
Já nesta segunda-feira (1º) o campo-grandense deve observar as últimas pancadas de chuva da estação mais úmida, que trazem junto a queda nas temperaturas, com as mínimas caindo de 23 para 22 °C e manutenção das máximas na casa de 31 graus célsius.
Ponta Porã e o Sul do Estado observam essa mesma umidade elevada da Capital, com pancadas de chuva a partir do período da tarde, que se mantém, acompanhada de trovoadas, apesar da elevação da temperatura mínima (23 °C) e queda das máximas (34 °C).
Já no extremo norte de Mato Grosso do Sul, Coxim vê uma segunda-feira (1º) mais estável, com pancadas isoladas de chuva somente no período noturno e os termômetros oscilando entre 24 °C e 33°C.
Com a mesma tendência, Paranaíba e o leste de Mato Grosso do Sul tem chuva prevista só para o período noturno nesta segunda (1º), com temperatura mínima de 22 °C e uma leve elevação nas máximas, que atingem a casa de 33 °C.
Por fim, a “Cidade Branca” de Corumbá, que fica ao noroeste de Mato Grosso do Sul, não se livra do calor extremo, já que – mesmo com a umidade máxima na casa de 100% e pancadas de chuva a partir do período da tarde – os termômetros devem bater máxima de 38 °C nesta segunda-feira (1º).
Trimestre ainda seco
A região centro-norte de Mato Grosso do Sul (assim como o Sul e sudeste do País) é uma das poucas onde o começo de abril prevê volumes de chuva próximos ou acima da média, o que contribui para o manejo e desenvolvimento dos cultivos de primeira e segunda safras.
Porém, o sul do Estado (semelhante à parte do centro-sul do Rio Grande do Sul), deve enfrentar uma falta de chuva nas lavouras, já que, segundo previsão do Inmet, a precipitação deve ficar ligeiramente abaixo da média, o que afeta o desenvolvimento dos cultivos que estiverem naqueles estágios de maior necessidade de água.
Vale lembrar que, com essas características, o outono em MS serve de “tapete vermelho” para a chegada do inverno sul-mato-grossense, que pela climatologia é caracteristicamente mais seco e deve se aliar ao verão que teve índices de chuva bem abaixo da média esperada.
Meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS), Vinicius Sperling destaca que, historicamente pela climatologia, o inverno sul-mato-grossense é seco por característica e alia-se a um verão com chuvas abaixo da média.
“Quando a gente tem um verão muito seco e vem o período seco que é normal da região, a gente fica com aquela preocupação em relação ao risco dos incêndios florestais”, comenta.
Segundo o prognóstico para o próximo trimestre, Mato Grosso do Sul deve mais uma vez apresentar chuvas abaixo da média histórica esperada até o mês de junho, aliado a temperaturas máximas girando entre 37 e 40 °C, o que sinaliza um trimestre mais quente que o normal.
Importante lembrar que, há pouco mais de nove meses, o El Niño passou a mostrar suas características, de dias quentes e secos, que se intensificou a partir de novembro do ano passado e se manteve até esse mês de março.
Em abril o fenômeno começa a perder intensidade e entra em neutralidade de efeitos, para dar lugar à La Niña, que apresenta uma probabilidade de se desenvolver até o mês de agosto deste ano, conforme o portal Climatempo.
Para Mato Grosso do Sul, o choque entre as massar de ar frio do outono e o domínio do ar quente que paira sobre boa parte do País, pode favorecer o aparecimento de temporais para algumas regiões de Mato Grosso do Sul.
Além disso, as massas de ar frio devem derrubar os termômetros no Estado, começando com o sudoeste de Mato Grosso do Sul.
Foto : Marcelo Victor/ Correio do Estado