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Chuva pode cair no Pantanal na próxima semana

Por JUDSON MARINHO

Em boletim informativo sobre as ações de combate as queimadas no Pantanal, o governo do Estado informa que no bioma haverá possibilidade de chuvas na próxima semana.

A meses vivendo uma dos piores período de seca, o Pantanal sul-mato-grossense pode ter dias de “alivio” com a volta de chuva prevista.

De acordo com o boletim de ontem, os modelos meteorológicos indicam que no dia 10 de julho há probabilidade de chuva na região, e anteriormente a esta data, nos dias 7 e 8 de julho, também há possibilidade das temperaturas caírem em um curto período de frente fria.

Assim como já informado por reportagem do Correio do Estado, nos próximos meses, julho, agosto e setembro é esperado em Mato Grosso do Sul que a precipitação fique abaixo da média histórica e as temperaturas acima da média, demonstrando que a expectativa é que o período de seca se estenda no decorrer do segundo semestre do ano.

Portanto as chuvas quando previstas, devem ser fracas, com poucos milímetros, o que apenas pode trazer uma sensação térmica menor e diminuir os focos de calor na região.

O modelo meteorológico com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ainda indica que nos próximos dias (mesmo com esta previsão climática mais favorável) o Pantanal estará com risco de fogo “moderado” a “extremo”, sendo que para o dia 8 de julho, esta situação será mais crítica nas porções norte, nordeste e noroeste.

Na semana passada, após a chegada de uma frente fria e chuvas isoladas na região pantaneira, foi possível observar através dos dados da Lasa/UFRJ que os focos de calor reduziram no Pantanal sul-mato-grossense.

A área queimada no Pantanal foi de 4.475 hectares na sexta-feira (28), 17.525 na quinta-feira (27), 12.075 na quarta-feira (26), 13.850 na terça-feira (25) e 17.875 na segunda-feira (24).

Ou seja, de quinta (27) para sexta-feira (28), focos de calor reduziram e a área queimada/dia diminuiu em 13 mil hectares.

Porém, segundo a chefe do Centro de Proteção Ambiental, tenente-coronel Tatiane de Oliveira, o combate as queimadas no Pantanal continuaram com as dificuldades habituais do bioma, principalmente com a atuação da direção dos ventos que deixavam em risco o trabalho dos brigadistas.

“Mesmo com o apoio estrutural que tivemos nesta semana, as dificuldades de combate do fogo no Pantanal permanecem. Mesmo com a frente fria e as poucas precipitações, durante o dia a umidade é extremamente baixa, e, por exemplo, próximo a BR-262, conseguimos controlar o fogo, mas devido e inversão de vento na região, o fogo entra em ignição novamente”, disse.

SECA

Neste ano a temporada de incêndios no bioma aconteceu antes do previsto, devido a seca no Estado no mês de junho, portanto esta estiagem de julho, agosto e setembro pode agravar a situação.

Neste mês de julho a atuação do fenômeno La Ninã começa a se manifestar com mais intensidade, podendo manter o regime de seca até setembro, o que preocupa brigadistas do Pantanal.

Conforme informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS) o período de seca no Estado vem se estabelecendo desde o fim do ano passado.

O Pantanal é o bioma brasileiro que mais secou, e o estado de Mato Grosso do Sul foi o que mais perdeu superfície de água nos últimos 38 anos.

Os dados são do levantamento realizado pela MapBiomas Água, sobre a superfície de água no Brasil de 1985 a 2023. A pesquisa mostra que a seca no bioma pantaneiro é uma das mais graves das últimas décadas.

A superfície de água anual do Pantanal foi de 382 mil hectares (61% abaixo da média histórica).

Houve também redução da área alagada e do tempo de permanência da água. No ano passado, apenas 2,6% do bioma estava coberto por água. Sendo que, de acordo com a pesquisa, o Pantanal responde por 2% da superfície de água do total nacional.

O ano passado, período em que aconteceu a última grande cheia do bioma, o Pantanal  foi 50% mais seco que 2018. Neste período, a água no Pantanal já estava abaixo da média da série histórica.

Foto: Álvaro Rezende

correiodoestado.com.br

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