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Com pouca chuva, Pantanal deve ter cheias abaixo da média em 2024

As poucas chuvas têm indicado um cenário não muito animador para o Pantanal neste início de ano. Por mais que ainda seja cedo estimar, a situação já preocupa.

Segundo o pesquisador da Embrapa, Carlos Roberto Padovani, a média histórica da cheia é de 5,5 metros. Em 2024, a estimativa máxima é que seja de 4,5 metros até março.

“Nós estamos com os níveis do rio muito baixo, abaixo da média histórica. Seria necessária uma quantidade de água maior do que o normal para chegar na média prevista, que é 4,5 metros. A cheia varia de ano para ano, e vai acontecer um pouco mais tarde, a partir de maio”, disse.

O nível do rio Paraguai, por exemplo, principal responsável pela inundação no bioma está em estado de alerta.

Conforme dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), no dia 12 de janeiro de 2024, o rio Paraguai em Ladário atingiu 48 centímetros, considerado estiagem. A média para o mês é de 168 cm.

Já em Porto Murtinho chegou à marca de 150 centímetros, com a média de 314 centímetros para o mês de janeiro.

Além do cenário de devastação, entre os anos de 2020 e 2023, o bioma sofre com condições climáticas, como a onda de calor e o fenômeno El Niño, que têm influenciado no cenário, ainda de acordo com Padovani.

O pesquisador relembra também a estiagem severa de 1962 a 1973 e, depois, a cheia da década de 1988, quando atingiu 6,64 metros.

A temporada de chuvas começa em outubro e segue até janeiro do ano seguinte, podendo se estender até março. “As cheias do rio Paraguai se dão basicamente pela influência das chuvas que acontecem lá no Mato Grosso, porque lá responde mais rapidamente às chuvas, mas não aconteceu isso. No último trimestre não choveu muito”, pontuou.

Fogo

De 1° de janeiro de 2023 até novembro do mesmo ano, os incêndios que atingiram o Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso consumiram 8,46 % da vegetação total do bioma.

O percentual corresponde a 1.277.825 de hectares da área total. É a maior em comparação ao ano passado inteiro, quando 2% foram queimados. Os dados são do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

 

CGN/PCS

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