Três vezes na semana Regiane Souza Silva, de 45 anos, deixa sua residência na Vila da Barra, em Coxim, e passa algumas horas numa cadeira do Centro de Hemodiálise do Hospital Regional Dr. Álvaro Fontoura Silva. É nessa cadeira que Regiane encontra um rim artificial para filtrar o sangue e eliminar os resíduos prejudiciais à saúde.
Assim como ela, dezenas de pacientes com insuficiência renal passam três vezes por semana no Centro de Hemodiálise. Cada um fica de duas a quatro horas na cadeira, três vezes por semana. No mês de outubro, foram realizadas 900 sessões no local, além de outras seis diálises em pacientes internados na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Apesar do tratamento exaustivo, Regiane relata que encontrou uma família no Centro de Hemodiálise. “Os médicos são queridos e os técnicos muito atenciosos. A psicóloga então, nem se fala”, enfatizou a paciente que está dialisando há um ano e meio. Durante a produção da reportagem ela aproveitava para conversar com a psicóloga Rosimari Druzian Alves.
Esse tipo de acompanhamento, conforme a psicóloga, é facultativo, ou seja, destinado aos pacientes que solicitam. “Não é obrigatório, porém, é ofertado pela rede pública desde o descobrimento da doença”, explicou Rosemari. Outro auxílio disponível é a terapia ocupacional, tema a ser abordado em outra reportagem.
Em Coxim, são atendidos pacientes com idades entre 22 e 87 anos, de cinco municípios (Alcinópolis, Coxim, Pedro Gomes, Rio Verde e Sonora). O Centro de Hemodiálise também atende, sempre que possível, pacientes em trânsito, que moram em outras cidades e estão passando ou visitando Coxim.
Para dar conta dos 15 turnos semanais, dois médicos nefrologistas se revezam. Aos 36 anos, o médico Plínio Henrique Vaz Mourão praticamente mora dentro do Hospital Regional de segunda a sábado, durante 20 dias ao mês. Nos outros 10 dias, quem substitui a casa pelo Centro de Hemodiálise é médica Luana Bandeira Lopes.
As segundas, quartas e sextas o trabalho é puxado, pois são três turnos de sessões, sendo um de manhã, outro a tarde e o último a noite. Já as terças, quintas e sábados são dois, de manhã e à tarde. Em meio a entrevista, um dos médicos brincou que três vezes por semana não consegue ver a esposa e os filhos. “Eu saio eles estão dormindo e chego já estão dormindo”, comentou Plínio.
A rotina exaustiva é desenvolvida com dedicação. Os nefrologistas acompanham as diálises, exames, ministram medicamentos e ainda cuidam de toda vida clínica dos pacientes. Se algum for internado, por qualquer problema, eles acompanham toda a evolução e auxiliam no tratamento.
Atualmente, o Centro de Hemodiálise possui 15 cadeiras e apesar de todo esforço da equipe quatro pacientes de municípios da região estão precisando se deslocar para fazer diálise em outras cidades. Realidade que vai mudar com a construção de um novo local, anexo ao Hospital Regional, de acordo com o diretor-geral, Devanir Rodrigues Pereira Junior.
“Com o novo Centro de Hemodiálise os serviços vão ser ampliados. Inicialmente, vamos disponibilizar 20 cadeiras, para que nenhum paciente com insuficiência renal precise se deslocar a outro município que não seja Coxim para dialisar”, adiantou o diretor-geral.
O governo do Estado, ainda no comando de Reinaldo Azambuja, destinou recursos para Coxim construir o novo Centro de Hemodiálise. A obra já foi licitada, pelo valor de R$ 2,4 milhões, aproximadamente. A conquista contou com empenho da classe política, como o prefeito Edilson Magro, o vice Flávio Dias, vereadores e inclusive do atual governador, Eduardo Riedel, que na época era secretário de Estado
Foto: AsCom HRCX
Da redação/SF
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