“I HAVE a Dream’ – Sonho de Martin Luther King torna-se projeto pedagógico contra o preconceito na Escola Jorge Amado em Chapadão do Sul
Há mais de 60 anos o pastor Martin Luther King Jr fazia um dos discursos mais importantes dos tempos modernos para cerca de 200 mil pessoas exigindo igualdade entre negros e brancos nos Estados Unidos, uma terra marcada por preconceito e opressão de brancos contra negros até hoje. A frase cunhada na época ‘I Have a Dream’ (Eu tenho um sonho) tornou-se um eslogan contra o preconceito racial em todo o mundo. Luther King ganhou o prêmio Nobel da Paz, conseguiu que os negros votassem e foi assassinado em 1968 aos 39 anos. O que mudou para os negros? Nada seria demasiado, mas a segregação racial estrutural segue a mesma nos EUA, em vários países como Brasil. Sua morte não foi em vão porque mudou paradígmas para a discussão permanente da igualdade racial.
A frase ‘I Have a Dream’ (Eu tenho um sonho) entrou para sempre para a história da humanidade e batizou um projeto pedagógico da Escola Estadual Jorge Amado, idealizado pela professora Bárbara Stefani Barreto Xavier, efetiva da Rede Municipal de Educação, do Estado e Coordenadora Pedagógica do Curso de Inglês Wizard de Chapadão do Sul. Foi apresentado no Plenário da Câmara de Vereadores, durante a abertura da 2ª edição da Semana da Consciência Negra.
Os alunos produziram um videodocumentário na escola sobre um mundo dos sonhos, sem o racismo, numa releitura das ideias de Luther King. O trabalho se deu durante as aulas das disciplinas de Artes, História e Língua Inglesa em projeto interdisciplinar com aulas teóricas, práticas e de estudo gramatical. Segundo a professora Bárbara Xavier os alunos utilizaram pesquisa bibliografica para iniciar os estudos sobre o tema em Lingua Portuguesa, nas aulas de História. Trata-se também de um projeto de extensão, fora dos limites da escola, no “coração” da sociedade.
Já na disciplina de Língua Inglesa foi utilizado Listening com áudios e vídeos de Luther King. Os estudantes treinaram a pronúncia, tradução e interpretação do discurso, especialmente os trechos reproduzidos no vídeo. Nas aulas de artes eles trabalharam desenhos e pinturas inspirados nas imagens dos elementos biográficos. Em termos de conscientização o projeto atingiu o objetivo esperado porque os alunos – em sua maioria – conseguem expressar ideias sobre a Consciência Negra de forma clara e lógica, tendo como base argumentos e informações obtidas nas pesquisas.
Bárbara Xavier destacou o envolvimento dos alunos em todo o projeto por conta das metodologias ativas aplicadas nas aulas. Elas são a nova tendência na educação e consistem em apresentar propostas na prática aos estudantes. Os alunos ganham ferramentas pedagógicas para identificar o racismo estrutural e terem um posicionamento correto acerca de abordagens preconceituosas. A ação pedagógica teve início em maio deste ano, veio para ficar na grade escolar e faz parte do calendário de ações e projetos especiais da Escola Estadual Jorge Amado