Obras na Rota da Celulose vão demorar 24 anos para terminarem
As obras nas rodovias que fazem parte da Rota da Celulose, que serão licitadas em dezembro, devem começar apenas no segundo ano de contrato e terminarão no 24º ano após a assinatura. Ao todo, o contrato com a concessionária terá 30 anos.
O pacote de rodovias inclui trechos das rodovias BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395, que estão localizadas no leste de Mato Grosso do Sul, região com grandes fábricas de celulose. Ao todo, são 870,3 quilômetros de estradas. As rodovias também são caminhos para o estado de São Paulo.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado na terça-feira, as duplicações das rodovias que fazem parte do pacote a ser concedido à iniciativa privada começam depois do início do pedágio. Porém, melhorias como a terceira faixa e o acostamento devem demorar muito mais tempo.
De acordo com o programa de exploração da rodovia, publicado pelo Escritório de Parcerias Estratégicas do Estado (EPE) após o lançamento do edital de licitação, a implantação da terceira faixa na MS-040 deve demorar 24 anos para ser concluída.
Isso porque, segundo o documento, três trechos na rodovia, que totalizam 36,78 km, só serão feitos no 24º ano do contrato de concessão. Ao todo, a rodovia terá 103,78 km de faixa adicional.
O cronograma de obras também estabeleceu prazo longo para a implantação de 25,29 km de terceira faixa na BR-267, que deve começar apenas no 23º ano de contrato. A rodovia terá 65,76 km de faixa adicional, ou seja, quase metade desse total será feita apenas nos últimos anos de acordo.
A licitação para a concessão da Rota da Celulose foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) na segunda-feira. A previsão é de que o leilão seja realizado no dia 5 de dezembro, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A estimativa de investimento ao longo dos 30 anos de contrato é de R$ 8,8 bilhões.
RESPOSTA
De acordo com o EPE, o cronograma de obras nas rodovias foi estabelecido de forma prolongada “para garantir a segurança viária, atender o aumento da demanda de tráfego a seu tempo e assegurar a modicidade tarifária”.
“Os investimentos em manutenção das rodovias [recapeamento] que compõem a Rota da Celulose são executados durante toda a concessão, para manter sempre a qualidade viária em nível adequado. As obras de melhoria operacional serão todas realizadas até o oitavo ano”, diz nota da EPE.
“Entretanto, 40% das obras de ampliação de capacidade [terceiras faixas] estão previstas para acontecer conforme a necessidade de nível de serviço [estudo feito na etapa de elaboração do projeto com base no tráfego e na geometria da rodovia]. Essas obras vão até o 24º ano”, completou a autarquia estadual.
DUPLICAÇÃO
Matéria do Correio do Estado mostrou que a Rota da Celulose terá 143,43 km de duplicação. Desse total, serão 129,93 km na BR-262 e outros 13,50 km na BR-267.
O início das obras está previsto para dois anos após a assinatura do contrato. Alguns trechos terão ainda mais tempo, sendo feitos apenas no sétimo ano após a pactuação do entre o governo do Estado e a vencedora do leilão.
O trecho que vai levar mais tempo para sair do papel está em Três Lagoas, na BR-262: a extensão de 31,4 km só será construída entre o sexto e o sétimo ano.
A prioridade das duplicações está no trecho entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, também na BR-262, em que a pista dupla termina justamente na frente da fábrica de celulose da Suzano. Nesse pedaço da rodovia, as obras começarão no segundo ano e terminarão até o quarto ano de concessão.
PEDÁGIO
O Correio do Estado também apontou que o valor do pedágio ao longo dos 870 km da Rota da Celulose será, pelo menos, 60% mais alto do que é cobrado atualmente ao longo dos 847 km da BR-163. A diferença, porém, pode chegar a 100% caso não ocorra deságio no valor máximo previsto.
De acordo com o edital da licitação, o valor máximo para trechos de pista simples será de R$ 0,1613 por km. No caso de pista duplicada, o teto será de R$ 0,2258 por km.
Dessa forma, se houver desconto de 20% (limite estipulado) sobre esses valores, o motorista de um carro de passeio terá de desembolsar de R$ 0,1370 por quilômetro. Ao longo dos 847 km da BR-163, o motorista pagará R$ 0,0855 por quilômetro.
A construção de terceira faixa nas rodovias que fazem parte da Rota da Celulose devem levar 24 anos após a assinatura do contrato para serem concluídas, a maior demora será na MS-040 – Foto: Edemir Rodrigues/segov
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