A Paratleta sul-mato-grossense, Rosenei Herrera, de 49 anos, chegou à sua melhor marca na petra (Frame Running). Herrera atingiu 23s82 nos 100 metros da classe RR3 (petra, para atletas com paralisia cerebral) nesta quinta-feira (31.mar.22), durante o Desafio de Atletismo, competição organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), que serve para a tomada de índices, e ranqueamento nacional e internacional.
O evento, realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP), envolve grandes estrelas da modalidade, incluindo medalhistas na Paralimpíada de Tóquio-2020.
Contemplada pelo Bolsa Atleta, programa do Governo do Estado administrado pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte), Rosenei fez o melhor tempo Representando a Associação dos Corredores de Rua e Pista de Campo Grande (ACORP/CG), a sul-mato-grossense tem como técnico Daniel Sena, uma das referências no país em paratletismo.
“Ela chegou muito perto do recorde brasileiro. Fizemos vários ajustes, no posicionamento do corpo, trabalhamos com força muscular, potência, tudo para ela realizar uma boa prova. Então, fiquei muito feliz com esse trabalho positivo e com essa nova marca. A Rosenei é uma atleta muito guerreira, que gosta de treinar e tem assiduidade. Foi a melhor marca da carreira”, disse Sena, um dos beneficiários do programa Bolsa Técnico, do Governo do Estado.
Nem mesmo o tempo chuvoso e frio da capital paulista tirou o foco de Rosenei. “Ela já vinha com uma marca de 26, 25 segundos nos treinamentos. Falei para ela que se acreditasse no trabalho e nos ajustes, a gente ia conseguir abaixar o tempo e isso aconteceu”, celebrou o técnico.
Com o resultado no Desafio, a paratleta de Mato Grosso do Sul, segundo a Diretoria de Esportes de Alto Rendimento do CPB, tem grandes chances de ser selecionada para participar de um estágio internacional e campeonato em Frederiksberg, na Dinamarca, o Frame Running Development Camp & CPISRA International Cup 2022. Os eventos vão ocorrer entre 10 e 17 de julho.
A petra, equipamento que se assemelha a uma bicicleta, com três rodas, foi inventada justamente na Dinamarca. Para Sena, por este motivo, a participação será especial. “É uma competição importante que entra para a história da petra, sendo sediada em seu país de origem. Vai dar uma visibilidade para a modalidade, e é muito bom o reconhecimento dos atletas e treinadores. Vamos crescer e aprender muito com isso tudo”.
O Desafio de Atletismo CPB/CBAt termina neste sábado (2.mar), reunindo cerca de 100 atletas paralímpicos e olímpicos em disputas de campo e pista.
De acordo com o CPB, o objetivo é difundir e desenvolver a prática da modalidade, além de estimular a quebra de recordes e tomada de índices. Participam do Desafio nomes como Alessandro Silva, ouro e recordista paralímpico no lançamento de disco na classe F11; Beth Gomes, ouro e recordista mundial no lançamento de disco na classe F52 e Petrúcio Ferreira, ouro e recordista paralímpico nos 100 metros na classe T47. O evento será dividido em sete etapas durante o ano.