Pintura rupestre revela história milenar da ocupação na Amazônia
A região da Amazônia é habitada por humanos há muito mais tempo do que costumávamos imaginar. Recentemente, uma cidade de 2,5 mil anos foi descoberta em meio à maior floresta tropical do mundo. Agora, uma enorme pintura rupestre, com animais da Era do Gelo, indica que o espaço é ocupado há mais de 12,5 mil anos, desde o final do Pleistoceno.
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Em busca de vestígios dos primeiros humanos que ocuparam a região, pesquisadores colombianos e britânicos investigaram uma região na parte noroeste da Colômbia. É onde está a arte rupestre, que retrata mastodontes (parentes dos elefantes modernos) e preguiças-gigantes, além de figuras humanas e muitas formas geométricas.
A seguir, veja outros ângulos da pintura rupestre encontrada na Amazônia:
Em artigo publicado na revista Quaternary Science Reviews, os pesquisadores explicam que “a Amazônia constitui uma das regiões com maior diversidade étnica do mundo”, mesmo que a chegada desses diferentes povos esteja longe de ser completamente compreendida.
“A floresta densa cria dificuldades logísticas para o trabalho de campo e impede a identificação de sítios arqueológicos, enquanto os solos ácidos e argilosos afetam negativamente a preservação de vestígios orgânicos”, comentam os autores sobre a dificuldade do trabalho.
No entanto, os achados mais recentes, incluindo a arte rupestre — divulgada, pela primeira vez, em 2020 —, ajudam a remontar esta história. Por exemplo, esses primeiros humanos ocuparam transformam cavernas da região em casas, fabricavam as próprias ferramentas de pedra, coletavam vegetais e caçavam animais.
Além disso, tinham técnicas para preparar ocre vermelho usado na pintura de figuras e padrões geométricos nas paredes, como é possível observar no painel descoberto na Amazônia colombiana.
Origem da ocupação humana
“Os resultados [da pesquisa] estabelecem firmemente que a ocupação humana da [região colombiana] Serrania La Lindosa começou no final do Pleistoceno, há cerca de 12.600 anos, e continuou até o século XVII”, afirma José Iriarte, professor de Arqueologia da Universidade de Exeter e um dos autores, em nota.
“O número excepcional de abrigos rochosos encontrados na região, com evidências de habitação humana, sugere que esta área era uma paisagem atraente para grupos forrageadores [caçadores-coletores]”, detalha o pesquisador Iriarte.
Outros achados arqueológicos revelam que o uso de cerâmicas começou há cerca de 3 mil anos, enquanto o cultivo do solo foi iniciado há aproximadamente 2,5 mil anos. Há vestígios do plantio de milho de 500 anos.
Vale mencionar que o estudo é parte do projeto LastHourney, financiado pela Agência Executiva do Conselho Europeu de Investigação (ERC). Também contribuíram pesquisadores da Universidade Nacional da Colômbia e da Universidade de Antioquia.
Fonte: Quaternary Science Reviews, LastJourney e Universidade de Exeter