Com a virada do ano se aproximando, a queima de fogos de artifício preocupa quem possui cachorros, já que pode causar problemas severos. Por isso os cuidados precisam ser redobrados durante o período. Algumas adaptações básicas podem ser tomadas para amenizar a situação.
Mesmo com o município de Campo Grande possuindo lei (Nº 718/20) que proíbe a queima de fotos de artifício com efeitos sonoros, na prática, termina não sendo efetivamente fiscalizada.
Para saber como lidar com os pets, o Correio do Estado conversou com a veterinária Viviane Goulart Lima, que explicou o que acontece com os cachorros durante o foguetório e a especialista deu algumas dicas para proteger o cão neste período.
“A maioria dos cães eles têm o medo devido à sensibilidade do sistema auditivo. O ouvido deles é muito sensível, sendo capaz a perceber uma frequência maior de som. Se comparado aos humanos eles podem detectar o som quatro vezes mais distantes do que a gente. Por esse motivo a queima de fogos com barulho torna-se um momento de desespero, de fuga, outros acidentes como tremedeira, convulsão e até ataque cardíaco precisando até de intervenção veterinária. Muitos infartam e ocorre o óbito. Quando o proprietário perceber esse excesso de tremedeira tem que procurar um veterinário”, explicou Viviane.
Uma das questões, conforme a especialista, que pode explicar o gatilho do estresse é o sensor de ameaça ou até o medo genético. “Por que a gente fala do medo genético? Às vezes a mãe do filhote é muito medrosa e com qualquer barulho ele adapta a isso”.
Como amenizar a situação
Arrumar o esconderijo para o cachorro é fundamental ou até mesmo a residência no caso de cães que estão acostumados a ficar dentro de casa, pensando sempre em mantê-los longe de objetos perigosos. “Portas de vidro, janela, já ocorreu de colegas meus atender [pets que sofreram] cortes de ter tentado atravessar a porta de vidro”.
Dicas práticas
- Tentar abafar o som colocando cobertores nas janelas, nas portas
- Trancar portas e portões (para evitar fugas)
- Usar plaquinhas de identificação caso ocorra fuga
Para os tutores que estão em dúvida sobre o que fazer durante o festejo, a veterinária explica que a presença é fundamental, já que o pet sente-se seguro na presença do seu amigo. “Na nossa ausência ele fica com muito medo e sente-se desnorteado com o barulho. Eles ficam mais assustados e sem direção. Usar brinquedos, petiscos e músicas relaxantes são muito importantes. Com os brinquedos e petiscos o que acontece ajuda a direcioná-los para que eles não percebam o que acontece em volta”, conta Viviane.
No caso de cachorros que apresentam maior sofrimento neste período existem alguns produtos que podem ajudar a amenizar o momento da queima de fogos. Como um difusor que replica o odor materno no ar e deixa o pet mais tranquilo e com sensação de segurança. Ainda um suplemento alimentar que auxilia na produção de serotonina trazendo a sensação de bem-estar e segurança. Portanto, na dúvida procure o veterinário de sua confiança para conversar e buscar dicas para o melhor para seu pet.
“O ideal mesmo é se manter em casa, ficar em casa, evitar sair nas ruas nas viagens porque eles podem ficar estressados onde pode ocorrer a fuga. Então, ficar em casa com seu pet é uma das melhores formas para acalmá-lo”, reforça Viviane.
Arrumar o esconderijo para o cachorro é fundamental ou até mesmo a residência no caso de cães que estão acostumados a ficar dentro de casa – Crédito: PX Here
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