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Celulose de Mato Grosso do Sul impulsiona comércio exterior e segue pelo Corredor Bioceânico rumo ao Porto de Santos

Leticia Monteiro

A celulose continua sendo um dos principais produtos de exportação de Mato Grosso do Sul, representando 22,7% do total comercializado internacionalmente, com um faturamento de US$ 1,77 bilhão. Em relação ao ano anterior, o valor das exportações cresceu 62,8%, atingindo um volume de 3,14 milhões de toneladas.

Os números foram divulgados na Carta de Conjuntura do Setor Externo referente a fevereiro de 2025, elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Segundo o relatório, a celulose é o carro-chefe das exportações do Estado, respondendo por 41,4% do total exportado, seguida pela carne bovina (15,4%).

O crescimento expressivo das exportações foi impulsionado pela alta demanda internacional, especialmente da China, que continua sendo o principal destino dos produtos sul-mato-grossenses, absorvendo 47,4% das exportações do Estado, equivalente a US$ 3,69 bilhões. Os Estados Unidos figuram na segunda posição, com 6% (US$ 470,8 milhões), seguidos pelos Países Baixos (Holanda), com 4,7% (US$ 367,3 milhões).

Porto de Santos: principal rota logística

O Porto de Santos se consolidou como a principal via de escoamento da celulose produzida no Estado, sendo responsável por 33,4% das exportações sul-mato-grossenses, movimentando US$ 2,59 bilhões e 4,48 milhões de toneladas. Para otimizar essa logística, a Suzano, líder global no setor de celulose e bioprodutos, investiu R$ 1,2 bilhão na modernização e ampliação dos terminais T32 e DP World, localizados no Porto.

No terminal T32, o armazém foi expandido para 28.000 m², houve a modernização dos processos operacionais, a instalação de dois pórticos rolantes com capacidade de 48 toneladas cada e a construção de quatro novos ramais ferroviários para descarregamento simultâneo de até 44 vagões.

Já no terminal DP World, a área construída foi ampliada para 51.000 m², aumentando a capacidade de armazenamento em quase 40%, com possibilidade de atingir 160 mil toneladas. Com isso, a movimentação anual pode chegar a 5 milhões de toneladas.

Novo terminal intermodal e expansão da Suzano

Para garantir maior eficiência na logística, a Suzano inaugurou um terminal intermodal em Inocência (MS), com mais de 24 mil m² e 8,8 mil metros de linha férrea. Esse terminal conecta a produção da nova fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS) ao Porto de Santos, utilizando a malha ferroviária da Malha Norte.

A unidade de Ribas do Rio Pardo, que entrou em operação em julho de 2024, recebeu um investimento de R$ 22,2 bilhões, tornando-se a maior linha única de produção de celulose do mundo, com capacidade anual de 2,55 milhões de toneladas. A previsão é que mais de 90% da produção seja destinada à exportação para mais de 100 países.

O governador Eduardo Riedel destacou a importância desse ciclo de investimentos: “Esse empreendimento não é apenas uma conquista econômica; é um exemplo de como desenvolvimento, sustentabilidade e qualidade de vida podem caminhar juntos. É isso que queremos para Mato Grosso do Sul: oportunidades reais para as pessoas e um futuro promissor para todos”.

Visão estratégica para o futuro

O consultor da Rota Bioceânica, Orlando Silvestre Filho, explica a escolha da logística da celulose: “A celulose tem baixo valor agregado, portanto, ela não pode seguir o caminho natural da Rota, do Atlântico para o Pacífico. Seu caminho natural e de baixo custo é seguir para os Portos de Santos e depois ser escoada para o mercado internacional”.

Informações: Semadesc, Portal Celulose e Campo Grande News

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